quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Eu e minha autonomia

Ele a olha, e a ignora, esquece que ela está ali.
E vai magoando, massacrando, machucando aquele pobre coração.
E ela se pergunta quando foi que tudo se perdeu, e como foram parar ali.
Vodka, o suficiente para ele se tornar outra pessoa
Para o começo do que viera ser o fim.
Ela não queria o fim, ele não sabia o que queria.
Mas naquele momento ambos sabiam não era ela.
Que não era eles.
Ela perdera o seus ideias, então apenas assiste, enquanto ele se esbalda de prazer.
Prazer esse que não sentia com ela, mas viera sentir por outra.
Outra qualquer, desprovida de beleza, de ternura e de amor.
Ela sozinha no escuro, podia ouvi-los no quarto ao lado.
Podia sentir o fim querendo dominar a sua relação.
O vazio e a solidão novamente tomaram conta dela, e parecia que veio para ficar.
E assim ela seguiu, enquanto ele estava certo de si, certo que o errado era sua maior aquisição
Da qual não quisera abrir mão.
E então o eles acabou, sem nós, laços e abraços.
Ele com seus desejos perversos do qual não pudera abrir mão.
Preferiu deixa-lá do que ama-lá
E sozinha partiu, ela e sua autonomia.

Melissa Lobo