Madrugada de Março. Desenhou um coração no vidro da janela. O mundo real parecia cada vez mais distante dela. A solidão lhe fazia companhia. Ela tinha amigos e um bom namorado. Mas eles estavam ocupados com suas vidas cheia de coisas, que não poderiam enxergar que a dela estava tão vazia. E ela não se importava, sorria. Se for pra morrer que seja sorrindo.
O silencio as vezes é bom, outras não. Ele pode lhe fazer enlouquecer. Gritou muitas coisas para ela. Verdades invisíveis, agora ao seu alcance. Ela era a mão que acolhia, a corda que te puxava, uma salvadora de vidas. Amiga para todas as horas. Cuidava quando na verdade precisava ser cuidada. Amava quando precisava ser amada. E não se importava. Estava tão acostumada. Se alimentava da felicidade alheia.
O que é a felicidade? O que é o amor? O que é a vida? O que é a morte? Poderíamos dizer que é viver intensamente. Querer a felicidade do outro sem pedir nada em troca. O inicio. O fim. Mas nenhumas dessas definições seria concreta. Tudo era o infinito. Um infinito de descrições, respostas e reflexões. Ela era o infinito. Sem descrições. Sem limitações. Sem fim. O tudo e o nada. Nada que pudesse ser compreendido. Tudo que pudera ser sentido.
Melissa Lobo
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