Ela já estava cansada. Outra garrafa de Coca com Vodka
chegando ao fim. Olhava pra tela do computador e as palavras fluíam bem mais
fáceis. Se sentia bem, o álcool a fazia bem. Escrevia tantas coisas pra tantas
pessoas, pra si mesma. Um livro sobre o tudo e o nada, sobre as reflexões da
vida. Sorria. O som do Pearl Jam tomava conta do seu quarto.
Do outro lado da cidade, ele aproveitava a noite nos braços
de uma mulher peituda sem nada na cabeça. Era assim que passava o seu dia. Já
não lembrava quantas cervejas tinha tomado, tudo rodava, mas ele não ligava pra
nada. Ninguém podia falar o que ele deveria fazer. Ele que sabia da sua vida. E
gastar dinheiro com mulheres, bebidas e jogos de azar agora era seu prazer.
Sorria.
Ela vivia sua vida virtual adorando a solidão, não sentia
falta de ninguém. Fechada em seu mundo preto e branco. Era torcedora do
Corinthians. Daquelas quase fanáticas. Acompanha futebol. Gostava de saber. Seu
melhor amigo celular, com musicas de todos os gostos. Andava pela cidade a
passos largos, sem olhar pros lados. Só querendo chegar ao seu destino..
Ele pegou um ônibus para a casa dela, mas não conseguiu
chegar na hora certa, se perdeu no caminho e ela teve que buscar ele, o que
deveria ser o contrario. Fazia muito calor, pensava em na praia, viajem que foi
adiada. Uma pena estava empolgado. Ele suava, preocupado, queria uma cerveja.
Ela comprava cerveja no mercado. Enquanto explicava como ele
fazia para chegar. Ele estava uma hora atrasado. E ela estava sorrindo por
isso. Pensava em sorvete de doce de leite. Mas não tinha. Pensou que gosto
seria o beijo dele. Mas seria muito ousado pensar isso. Desejar ele parecia ser
um problema sem solução. Quando pertenciam a um grupo do qual ela já beijara
outro alguém um tempo atrás.
Ele chegou, sorriso tímido. Ela o abraçou mesmo estando todo
suado, parecia sexy, ele era sexy, o cabelo estava bagunçado. Fizeram
panquecas, tomaram cerveja. E guerra de agua. Espuma. E tudo que tinha na pia.
Ele jogou ela no chão. Quase se beijaram, ambos pensaram na opção. Enquanto o
coração dele acelerava. O dela parava.
Ela se aproximou da boca dele e fechou os olhos. Eles se
beijaram. E fizeram amor. Sim foi amor, mesmo sem saber que se amariam no
futuro. Devagar e intenso. Os olhos não desviavam um do outro.
Ela começou a reparar nele. Em quanto seu jeito era
diferente de todos que se aproximavam dela. Ele seria diferente, mas eram todos
iguais. Estava confusa. Ele se foi sem um beijo de despedida.
Sem saber que nunca havia beijos de despedida, quando tudo
estava apenas começando.
E então viveram felizes para sempre…
Melissa Lobo
Lindo, e "e enquando o coração dele acelerava. O dela parava".
ResponderExcluirParabéns.
Histórias de amor valem a pena serem contadas.
Ótima semana.