Ser escritor exige ser um pouco infeliz. Você precisa de um pouco de drama, um pouco de dor, muitos sonhos e xícaras de café. Um escritor não sai por ai exibindo sorrisos, e também não sai sem uma caneta. A felicidade tem de ser algo inalcançável, não que seja uma pessoa triste. Veja bem há momentos felizes na vida de um escritor, mas é um estado instável. É uma utopia. Um escritor inventa histórias que gostaria de viver, ou dramatiza historias que já viveu. E não há limite para sonhos e dramas. Os detalhes dão enfase as entrelinhas. E a inspiração vem de repente sem a gente perceber. Comigo é assim, preparo ou compro um café, junto de um copo com muita água fresca, me aconchego em um canto do qual o que escrevo só seja visível por mim, coloco aquela playlist em modo aleatório, e começo então a escrever. As palavras sempre vem de modo aleatórios assim como as músicas, começo a escrever sem nem ao menos saber o que. E então para um pouco, e logo me vem algo na cabeça, uma pessoa, sonho, uma dor, um segredo, ou um amor. E assim as palavras vão fluindo, formando um texto, um poema, uma cronica, ou apenas palavras no papel (ou no bloco de notas).Escrever é assim, é um parto, dolorido, sem anestesias, e nada normal. É saber que um pouquinho de você vai ficar ali vulnerável para quem quiser ver. Mas o risco de se mostrar vale a pena. É como quando transamos sem camisinha, você não sente medo só prazer, na hora, a palavra vai-e-vem freneticamente até o gozo final. Sem barreiras, plásticos, máscaras, sem o tal do dia seguinte.
Melissa Lobo
Nenhum comentário:
Postar um comentário